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Mais Resultado Com Menos Pessoas
O segredo das startups da nova era
Olá empreendedor!
Nesta edição falaremos a respeito sobre como empresas do Vale do Silício estão construindo negócios multimilionários com uma pouca estrutura.
A Mudança no Jeito de Criar
No passado, o modelo clássico para startups era captar grandes investimentos, contratar dezenas (ou centenas) de funcionários e priorizar o crescimento rápido, mesmo que os lucros ficassem para depois.
Esse caminho, porém, muitas vezes levava a custos altos, equipes inchadas e dependência constante de novos aportes.
Mas a IA está mudando esse cenário.
Você já imaginou alcançar milhões em receita com uma equipe de menos de 30 pessoas? Essa é a realidade de empresas como a Gamma, uma startup do Vale do Silício que desenvolve softwares para criação de apresentações e sites.
Eles utilizam ferramentas de IA para aumentar a produtividade em áreas como atendimento ao cliente, marketing, programação e análise de dados.
Com apenas 28 funcionários, a Gamma alcança dezenas de milhões em receita recorrente anual, atende 50 milhões de usuários e opera no lucro. Há dez anos, uma empresa com esse porte precisaria de pelo menos 200 colaboradores.
Outras startups seguem o mesmo caminho:
Anysphere, desenvolvedora de um software de programação, atingiu US$ 100 milhões em receita com apenas 20 funcionários.
Thoughtly, que oferece agentes telefônicos baseados em IA, tornou-se lucrativa em 11 meses com uma equipe de 10 pessoas.
ElevenLabs, especializada em IA de voz, atingiu o mesmo patamar com cerca de 50 funcionários.
Hoje, algumas startups estabelecem limites claros para o tamanho de suas equipes. A Runway Financial, empresa de software financeiro, anunciou que pretende limitar seu quadro a 100 funcionários, com a expectativa de que cada colaborador seja 1,5 vez mais produtivo com a ajuda da IA.
A Agency, que usa IA no atendimento ao cliente, também pretende não ultrapassar 100 pessoas.
Gaurav Jain, um dos investidores da Gamma, comparou a nova onda de startups de IA à revolução do final dos anos 2000, quando a Amazon Web Services reduziu drasticamente o custo de criar uma empresa com a computação em nuvem. Antes dessa nova fase da IA, uma startup gastava, em média, US$ 1 milhão para alcançar US$ 1 milhão de receita.
Agora, o custo é cinco vezes menor, e pode cair ainda mais.
O Novo Dilema Para o Capital de Risco
Se startups podem atingir lucro sem grandes investimentos, isso cria um novo desafio para o venture capital, que tradicionalmente injeta dezenas de bilhões de dólares em startups emergentes.
No ano passado, empresas de IA captaram US$ 97 bilhões em investimentos, representando 46% do total de capital de risco nos Estados Unidos, segundo a PitchBook.
"O modelo de venture capital só funciona se você consegue investir nos grandes vencedores", afirmou Terrence Rohan, investidor da Otherwise Fund. "Se o vencedor do futuro precisar de muito menos dinheiro e pessoas, como isso muda o venture capital?"
Apesar disso, investidores continuam disputando espaço nas startups mais promissoras, muitas das quais não precisam de novos aportes. A Scribe, startup de produtividade com IA, no ano passado recebeu muito mais interesse do que os US$ 25 milhões que pretendia captar.
"Negociamos para pegar o menor valor possível", contou Jennifer Smith, CEO da Scribe, que surpreendeu investidores ao revelar que sua equipe tinha apenas 100 pessoas para 3 milhões de usuários e crescimento acelerado.
Alguns investidores estão otimistas de que a eficiência proporcionada pela IA incentivará o surgimento de mais empresas, criando novas oportunidades para investir. E, uma vez que essas startups atinjam determinada escala, talvez adotem novamente o modelo de grandes equipes e grandes investimentos.
Empresas como a Anysphere já sinalizaram esse movimento, levantando US$ 175 milhões para expandir sua equipe e impulsionar pesquisas.
Outros fundadores, porém, enxergam os riscos do modelo antigo: quanto maior a equipe, maior a necessidade de gerentes, recursos humanos, suporte administrativo, softwares especializados, escritórios maiores e outros custos.
Esse ciclo alimentou a "corrida pelo capital", e muitas startups da bolha de 2021 acabaram reduzindo drasticamente suas operações, encerrando atividades ou sendo vendidas.
O Que Aprendemos Com Estes Exemplos?
Todas essas afirmações e casos nos provam que a IA permite que negócios alcancem resultados impressionantes com equipes e estruturas enxutas, e isso não é exclusividade do Vale do Silício. Qualquer empreendedor pode fazer o mesmo.
A Gamma utiliza cerca de 10 ferramentas de IA para aumentar a produtividade, incluindo:
Intercom para atendimento ao cliente,
Midjourney para geração de imagens para marketing,
Claude da Anthropic para análise de dados,
NotebookLM do Google para pesquisas com clientes,
Cursor, da Anysphere, para acelerar o desenvolvimento de código.
A Gamma também constrói seus produtos sobre tecnologias da OpenAI e outros provedores, reduzindo custos em comparação com empresas que desenvolvem modelos próprios.
Tudo isso está disponível para nós também.
Esses casos nos ajudam a identificar algumas lições valiosas que podem ser aplicadas desde já por qualquer empreendedor:
1) Automatização de funções repetitivas
As ferramentas de IA automatizam tarefas repetitivas, permitindo que equipes pequenas façam o trabalho de times muito maiores. Tarefas como atendimento ao cliente, análise de dados, geração de conteúdo e suporte técnico são parcialmente ou totalmente geridos por soluções de IA.
A Gamma, por exemplo, usa ferramentas como Intercom para atendimento ao cliente, Midjourney para criar imagens de marketing e Claude da Anthropic para análise de dados.
Automatizar as tarefas maçantes e operacionais pode fazer com que você e a sua equipe possam se concentrar em atividades estratégicas, como inovação, marketing, vendas e etc.
2) Prioridade por Talentos Versáteis
Grant Lee, fundador da Gamma, aconselha a contratar de forma inteligente e não numerosa, procurando por talentos versáteis.
Ao invés de contratar especialistas para cada função, a Gamma prioriza “generalistas” do que especialistas. Dando prioridade a menos especialização e mais profissionais que desempenham múltiplas funções, orientem outros e usem IA para aumentar a sua eficiência. Isso reduz a necessidade de gestores e equipes grandes.
3) Lucro Precoce Garante Sustentabilidade
Com equipes enxutas e operações otimizadas por IA, startups como Thoughtly e Gamma alcançam a lucratividade mais rápido, fortalecendo assim seus negócios e reduzindo os riscos financeiros.
Isso reduz a pressão e dependência de rodadas constantes de investimento, dando mais controle, liberdade e tranquilidade aos empreendedores e investidores.
4) Atenção a Ferramentas Novas
Você não precisa de um orçamento milionário para começar a usar IA no seu negócio.
Como já falado acima, hoje existem diversas ferramentas e soluções disponíveis para que você assine e adote em sua operação ou para que você mesmo crie e desenvolva suas próprias soluções de IA, para si ou para o mercado.
Conclusão
O potencial da IA em multiplicar a capacidade humana é tão significativo que líderes como Sam Altman, da OpenAI, já preveem o surgimento de empresas de bilhões de dólares fundadas por equipes de uma única pessoa.
Grant Lee, afirma que agora ele pode dedicar mais tempo a interagir diretamente com clientes e melhorar o produto.
"Isso é, na verdade, o sonho de todo fundador", disse Lee.
Esse movimento também acende um alerta: negócios que demorarem a incorporar Inteligência Artificial de maneira estratégica podem enfrentar dificuldades para competir em eficiência, inovação e velocidade.
Adotar a IA não é apenas uma questão de ganho de produtividade, é uma decisão estratégica de sobrevivência e crescimento para os próximos dias, meses e anos.
Até a próxima!
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