McKinsey: Como a IA Está Mudando a Estratégia

Estudo e pesquisa de caso

A McKinsey, referência mundial em consultoria estratégica, trouxe um estudo profundo sobre como a Inteligência Artificial já está transformando o desenvolvimento de estratégias nas empresas.

Mais do que uma revolução tecnológica, a IA está redefinindo a forma como executivos e donos de negócios criam, testam e aplicam suas estratégias para ganhar vantagem competitiva real.

Nesta edição, vamos explorar os principais insights dessa pesquisa, apresentar um estudo de caso prático e mostrar como você pode aplicar esses aprendizados de forma simples e eficiente no seu negócio.

O Que Está Mudando?

Tradicionalmente, a elaboração da estratégia exige coleta intensa de dados, análises complexas, decisões difíceis e execução rigorosa.

A McKinsey demonstra que a IA está entrando como uma parceira essencial para acelerar e aprofundar todas essas etapas, da pesquisa inicial até a comunicação da estratégia.

Esse processo continua sendo essencialmente humano. Mas agora, com o avanço da IA, especialmente da IA generativa, ele é profundamente ampliado e acelerado.

Hoje, ferramentas de IA conseguem analisar milhões de dados em minutos, simular cenários futuros com maior precisão e até desafiar nossas próprias ideias para evitar vieses comuns.

A essência da estratégia continua a mesma: entender o cenário, gerar opções e tomar decisões que criem valor. 

A diferença é que a IA permite fazer isso de forma mais rápida, precisa e profunda.

Empresas que estão adotando IA nas atividades estratégicas já conseguem:

  • Analisar mercados e concorrentes em questão de minutos.

  • Simular cenários futuros com mais precisão.

  • Gerar insights antes invisíveis, a partir de dados internos e externos.

  • Monitorar tendências em tempo real.

  • Construir narrativas estratégicas personalizadas para públicos diversos (investidores, times internos, reguladores, etc.).

Segundo a McKinsey, estamos diante de um ponto de inflexão comparável ao surgimento dos grandes frameworks estratégicos das décadas de 1970 e 1980 como as Cinco Forças de Porter ou a Matriz BCG.

Só que agora, o diferencial competitivo não vem apenas do modelo mental, mas da capacidade de combinar IA, dados proprietários e pensamento estratégico de alto nível.

O ponto central do estudo é claro: IA não substitui a tomada de decisão, nem o olhar crítico dos líderes, mas ela muda radicalmente a forma como os dados são analisados, como os insights são gerados e como as estratégias são desenhadas e testadas.

5 Papéis que a IA já cumpre na estratégia

#1 Pesquisadora

A IA vasculha milhões de fontes de dados (mercado, concorrência, tendências, patentes, comportamentos de clientes) e entrega relatórios robustos em minutos. Isso acelera e amplia a capacidade de investigação do time.

#2 Interpretadora de Dados

Ela não só coleta, como também transforma dados brutos em insights estratégicos. A IA cruza informações e sugere quais movimentos de mercado fazem mais sentido para o seu negócio, seja expansão, novos produtos ou reposicionamento.

#3 Parceira de Ideias

Funciona como um parceiro de brainstorming. A IA desafia seus planos, propõe caminhos alternativos, aponta riscos ocultos e ajuda a eliminar vieses que, muitas vezes, passam despercebidos nas decisões humanas.

#4 Simuladora de Cenários

Antes de apostar em uma estratégia, a IA permite simular cenários econômicos, movimentos de concorrentes e até reações do mercado. Ela antecipa possíveis problemas e oportunidades com base em dados e padrões históricos.

#5 Comunicadora Estratégica

Uma estratégia só ganha vida quando é bem comunicada. A IA ajuda a construir narrativas sob medida para diferentes públicos, canais, apresentações, documentos, relatórios, discursos ou até podcasts.

O Erro que Muitos Vão Cometer (e Como Evitar)

Existe um grande risco à espreita. 

Na mesma velocidade em que IA democratiza o acesso a dados e análises, ela também cria um efeito colateral: estratégias genéricas.

Se você, como líder, utilizar apenas dados públicos e ferramentas prontas, seu resultado será igual ao dos seus concorrentes. 

Ou seja, nenhuma vantagem competitiva. Porque todos enxergam as mesmas coisas, chegam às mesmas conclusões, tomam as mesmas decisões.

A solução? Construir um ecossistema de dados proprietários.

O diferencial real não está na IA em si. Está na combinação entre:

  • Dados proprietários que só sua empresa tem como históricos de clientes, comportamento dos seus canais, feedbacks operacionais, resultados de projetos passados.

  • Aliar essas informações únicas à IA é o que garante gerar insights que seu concorrente não terá acesso.

  • Capacidade humana de entender, julgar e decidir

A pergunta estratégica correta não é “como uso IA”. E sim:

“Quais dados, que só eu tenho, que posso combinar com IA para gerar um mapa do jogo que nenhum concorrente consegue ver?”

Estudo de Caso: Banco no Sudeste Asiático

O estudo apresenta um caso concreto: um banco regional do Sudeste Asiático que utilizou IA para redefinir sua estratégia de expansão.

O desafio: Explorar novos mercados e segmentos, buscando crescimento fora do core atual.

A jornada:

  • A IA foi usada para analisar o ecossistema financeiro local e global, identificando tendências emergentes como pagamentos peer-to-peer e microcrédito digital.

  • Com essa análise, o banco entendeu que o segmento de microcrédito no Vietnã e soluções cross-border seriam alvos promissores.

  • Usando IA, fizeram uma análise profunda dos competidores nesses mercados, mapeando riscos, diferenciais e cases de sucesso e fracasso.

  • A IA também sugeriu possíveis empresas para aquisições ou parcerias, além de gerar dossiês completos para due diligence inicial.

  • Por fim, a IA simulou o impacto dessas escolhas no P&L, crescimento e viabilidade operacional, considerando dados internos e benchmarks globais.

O resultado:

  • Uma decisão estratégica baseada em dados reais, simulações robustas e insights mais precisos. Que o fizeram dar entrada em dois mercados de forma totalmente calculada e mapeada.

  • Redução de 40% no tempo de planejamento estratégico.

  • Aumento de 22% na previsibilidade do P&L no rollout dos projetos.

O Que Fazer Agora?

A McKinsey recomenda três movimentos imediatos:

#1 Eduque-se rapidamente.

Entenda como a IA funciona. Não é sobre virar técnico, mas sobre saber fazer as perguntas certas, entender os limites e as potencialidades.

#2 Comece a aplicar hoje.

Utilize IA para pesquisas, mapeamento de mercado, análises de concorrência e construção de cenários. Isso já é possível com as ferramentas atuais.

#3 Construa seu ecossistema proprietário.

Organize seus dados internos, capte informações de campo, conduza pesquisas qualitativas, integre fontes externas diferenciadas.

Isso será o combustível que fará sua IA gerar estratégias únicas e não apenas cópias genéricas.

Conclusão

A inteligência artificial não substitui o pensamento estratégico. Ela amplia, acelera e aprofunda a nossa capacidade de fazer escolhas melhores, mais rápidas e mais bem informadas.

Empresas que combinarem IA, dados proprietários e capacidade humana de síntese e decisão construirão vantagens competitivas muito difíceis de serem replicadas.

Quem ignora isso corre o risco de ser superado não apenas pela tecnologia, mas por concorrentes que entenderam antes como usá-la para pensar melhor, decidir melhor e executar melhor.

E a pergunta que fica é: qual desses dois grupos você quer estar?

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Aqui, traduzimos a IA em valor real para aqueles que estão no campo de batalha.

Até a próxima!

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